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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Opinião: A profissão de modelo no Brasil, seu significado, suas interpretações e mitos

Por Breno Ruins*

Em períodos de crise econômica e política sem precedentes que o país atravessa, nunca se viu uma discussão tão profunda sobre temas relevantes como a corrupção, fraudes, a atuação e atrito dos três poderes (judiciário, legislativo e executivo). Toda essa incerteza e insegurança bloqueiam o fomento de investimentos estrangeiro e nacional na iniciativa privada e consequentemente na economia brasileira. O país restringe a capacidade de gerar postos de trabalho, uma ação primordial para diminuir a desigualdade social e fazer a nação prosperar.

A projeção do PIB (Produto Interno Bruto) é de apenas 1,5% ao ano, segundo balanço de instituições. Este cenário gera caos e desordem. Estudos indicam que são mais de 12 milhões de desempregados e entidades alertam que a recessão bate a porta dos brasileiros, a engrenagem da economia não se movimenta, não havendo consumo, diminui a produção, sem produção se reduz a mão-de-obra e assim todos os setores que regem a economia são prejudicados diretamente.

Nesse período de final de ano, a discussão da sociedade economicamente ativa não é mais o que comprar no natal, ou para onde viajar. Mas sim em poupar recursos financeiros, para quitar dividas contraídas nesse período de desemprego e recessão.
Moda e produção
O setor da moda, que atuo é afetado nessa realidade lamentável. Trata-se de um ciclo. Se não se vende produtos e serviços como: calças, camisas, cosméticos, viagens não há necessidade de peças publicitárias, propagandas, marketing e ações do gênero, o que inviabiliza possíveis trabalhos em eventos, desfiles e campanhas publicitárias, tornando o setor cada vez mais escarço para atuar profissionalmente.

Pretendo nesse artigo revelar parte desse setor, o meio que atuo que abrange a moda, o mercado publicitário, seu conceito, suas expectativas e frustrações. Como ele seduz e pode ser cruel para aqueles que não conseguem interagir. Alerto como a profissão de modelo encontra-se cada vez mais frágil. Para onde o setor caminha e quais as perspectivas, oportunidades e desafios.

Pretendo sensibilizar os empresários do setor, que retém os meios de produção, para que notem as barreiras da carreira, que pode ser consolidada ou não de acordo com o perfil do interessado e as demandas que o mercado oferece para aqueles que como eu, preiteiam se atualizar e se adequar constantemente as estas exigências. Um sistema tripartite de cooperação mutua entre empresário, agência e modelo. Para se desenvolver um bom trabalho é preciso estar preparado, se atualizar, e isso gera custo, é preciso investir, mas os cachês, infelizmente não correspondem as expectativas na maioria das vezes, estão congelados, não possuem aumento algum, nem se quer o reajuste da inflação do período.
Conceito 

Um modelo (do francês médio modelle) é uma pessoa com papel social para promover, exibir ou advertir produtos comerciais (notadamente roupas de moda), servir como ajuda visual para criadores de campanhas publicitárias, desfiles e eventos, ou posar para fotografia. O objetivo não é a pessoa em si ou sua personalidade, mas sim outra personagem mais ou menos definida (pelo diretor de cena, que pode ser o fotógrafo, ou pintor, ou escultor ou o desenhista de uma determinada campanha, evento ou desfile, ou todos estes em conjunto), para o qual o modelo normalmente representa emprestando sua aparência física.


Mercado
Para se tornar um modelo, alguns pré-requisitos indispensáveis são exigidos por a maioria das agências no mercado. Contudo, as exigências dependerão de cada segmento (moda, publicidade ou arte), visto que modelos artísticos ou de provas tendem a ter um perfil mais específico ou exigente. No quesito altura, um(a) modelo precisa ter pelo menos 1,70 m, sendo, contudo, a altura ideal entre 1,74 e 1,79 m.

No mundo contemporâneo é preciso improvisar, ser polivalente, ou seja, realizar uma fusão de determinadas aptidões, físicas e intelectuais para exercer com excelência a profissão. Em determinados segmentos que se apropriam de sua imagem para usar como exemplo em uma ação publicitária. Muitos modelos que estão no mercado conciliam atuar na passarela, eventos, fazer teatro, estudar idiomas, desfile e concursos de beleza, cujo foco principal é utilizar sua imagem para um determinado produto ou serviço.

Minha experiência
Muitos alienados percebem a profissão como um seguimento que expressa glamour, fama e sucesso, e consequentemente a possibilidade de aquisição de bons rendimentos financeiros. Isso existe sim, mas a meu ver para uma parcela pífia, que representa cerca de 1% dos profissionais do setor.

Não é fácil ser modelo, existe assédio nas propostas para participar das campanhas, é preciso ter bom-senso, flexibilidade para se sobressair em situações adversas, onde podem surgir propostas indecentes e levianas, tendo em vista que você coloca a venda a sua ‘beleza’, sua imagem.

Apesar de minha pouca idade tenho muito a dizer e agregar para aqueles que pretendem iniciar carreira nesse meio. Posso dissertar amplamente sobre o tema, mais em uma sinopse resumo os seguintes tópicos de minha vasta experiência como modelo para interagir e refletir: 

·         Distinguir e ter consciência das possibilidades que se pode exercer como modelo, tendo clareza dos requisitos básicos para seguimentos de: desfile, evento, teatro, peça publicitária, campanha e afins;
·         Abrir mão de parte de sua vida pessoal, pois não existe um horário, local, ou momento periódico. Você precisa estar em qualquer lugar, em qualquer situação sem férias regulares;
·         Ser flexível e desprovido de preconceito. Ter consciência de que você é um profissional, e esta propenso para qualquer campanha como: cerveja, cigarro, times de futebol etc;
·         Saber que existe um prazo de validade, você só fica no mercado enquanto for comercialmente favorável, depois de uma determinada idade o auge acaba;
·         Se adaptar, hoje você faz uma campanha de ‘uso de preservativos’, amanhã uma participação em uma campanha de cunho religioso, contra o uso de preservativos, ou uma campanha de cerveja e no outro dia uma campanha para indústria farmacêutica de um remédio que combate o alcoolismo;
·         Tenha humildade com todos, paciência para aprender, saber ouvir a todos sem exceção, muitas vezes a pessoa que você supõe não ter potencial algum é aquela que pode te surpreender mais adiante e ter destaque, por isso seja autêntico;
·         Ter planejamento, aonde você quer chegar, como pretende chegar e em quanto tempo.

Em resumo é preciso saber trabalhar com as oportunidades, que muitas vezes são escassas e destas identificar uma possibilidade de asserção da carreira. Muitas vezes estas oportunidades surgem quando menos esperamos, em circunstâncias aleatórias e rotineiras do cotidiano, como no supermercado, academia, universidade etc... No meu caso, recebi minha primeira proposta para modelar, na rodoviária de São José do Rio Preto-SP, aos 18 anos de idade, por um bokker que me abordou.
Em particular temos uma vida comum a qualquer outro cidadão, mas temos o estereótipo da ‘beleza’ (o que vendemos através da nossa imagem?), os padrões que a sociedade impõe para se sobressair e ser bem sucedido em um sistema neoliberal e capitalista, onde só os melhor obtém a vitória com a realização de seus sonhos. Vendemos uma imagem ‘ideal’, que deve transmitir esse padrão de beleza, e agregado a ela a sensação de felicidade e bem estar e acima de tudo de realização pessoal, profissional e familiar, somos um exemplo ser seguido e copiado. Ou seja, para que o consumidor final seja aceito na sociedade e feliz, ele precisar ter o produto ou serviço que ofertamos com a nossa imagem.

Destaco aqui essa analise relevante da minha percepção do mundo da moda, no intuito de contribuir para conscientizar e alertar os profissionais envolvidos do setor. Estou convicto que posso ir mais além, tenho foco e disciplina para projetar e alcançar minha asserção profissional, subir cada degrau desta tão árdua carreira, porém gratificante. Estou aberto a novos desafios profissionais, como por exemplo: entrevistas e realização de palestras motivacionais, que incentivem e sanem dúvidas de adeptos e profissionais envolvidos nesse setor.

*Breno Ruis é modelo, graduado em administração de empresas e Mister Men Universo 2016

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Rádios universitárias se articulam em rede

Emissoras universitárias de rádio de todo o país estão se articulando em rede. As discussões preliminares para a formação de uma rede brasileira de rádios universitárias estão em andamento mas já conquistaram importantes adesões, segundo informa o professor Marcelo Kischinhevsky, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).Até o momento, sete emissoras FM, seis web rádios e um centro de produção radiofônica já decidiram participar dessa rede.
São elas:

  • Rádio USP
  • Rádio UFMG Educativa
  • Rádio Universitária (UFC)
  • FM Universitária (UFPI)
  • Rádio Educativa Univali FM
  • Rádio Universidade FM (UFMA)
  • UEM FM (Universidade Estadual de Maringá, PR)
  • Rádio Ponto UFSC
  • Rádio Plural (curso de Jornalismo da UFOP)
  • Rádio UESC
  • Rádio PUC-Rio Digital
  • Rádio Porto do Capim (Depto. de Comunicação da UFPB)
  • Rádio UERJ
  • AudioLab UERJ
Segundo informa o acadêmico, a ideia é construir uma estrutura que:
a) possibilite maior circulação dos conteúdos radiofônicos produzidos e veiculados por seus integrantes, dando-lhes alcance nacional,
b) torne as rádios universitárias atores em condições de dialogar com o poder público e buscar, por exemplo, um status jurídico que permita a captação de publicidade ou tratamento diferenciado do ECAD no recolhimento de direitos autorais,
c) ofereça um espaço para reflexão sobre o papel educativo e formativo do rádio, 
d) apoie a popularização da ciência e da tecnologia e se articule com eventos científicos que discutam a radiofonia e a mídia sonora como um todo,
e) estabeleça uma interlocução com associações do gênero em nível internacional, sobretudo nos âmbitos ibero-americano e lusófono.

Além das emissoras e laboratórios, professores e pesquisadores também manifestaram interesse em aderir individualmente:
  • Janete El Haouli (TOCA: arte ação criação - Londrina, PR)
  • Mauro Sá Rego Costa (FEBF/UERJ / rede rádio arte - Rio de Janeiro, RJ)
  • Izani Mustafá (AudioLab UERJ)
  • Rose Ferreira (Coordenadora do Núcleo de Estudos e Estratégias na Convergência – NEEC – UFMA, São Luís, MA)
  • Eduardo Meditsch (UFSC)

Quem tiver interesse em participar dos debates e ajudar na organização da rede em suas várias vertentes (operacional, científica, relações institucionais), pode contatar o professor Marcelo Kischinhevsky pelo correio eletrônico marcelokisch@gmail.com