Caros leitores e leitoras.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Segundo Reuters, governo Temer pode extinguir Ministério das Comunicações

Do TelaViva News

A agência de notícias Reuters, citando fontes próximas ao gabinete de montagem de um futuro governo do atual vice-presidente Michel Temer, informa que o Ministério das Comunicações pode ser extinto e suas atribuições transferidas para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). A avaliação da equipe que trabalha na montagem dos futuros ministérios, segundo a Reuters, avalia que o Minicom está hoje praticamente sem funções, cuidando apenas de concessões.
A ideia do governo Temer seria cortar ministérios, aglutinando pastas. Recentemente também circulou a informação de que a Secretaria de Comunicação do Governo deixaria de administrar verbas publicitárias estatais, função esta que seria transferida diretamente para a Casa Civil.
O Ministério das Comunicações tem sob suas atribuições toda a gestão das outorgas de radiodifusão (e, em tese, um papel regulador deste mercado) bem como o papel de formulador de políticas de telecomunicações. Ao ministério estão ainda vinculados os Correios, a Telebras e a Anatel.

Literatura: Angola cria sua academia de letras

Entidade dedicar-se-á ao estudo e à investigação da literatura angolana produzida em língua portuguesa e também nos seis outros idiomas nacionais daquele país.


Com base no Portugal Digital


A Academia Angolana de Letras (AAL) é a mais recente associação cultural formalmente constituída que tem por finalidade o estudo e a investigação da literatura angolana, da língua portuguesa, das línguas nacionais (o côkwe (pronuncia-se tchocué), o kikongo, okimbundu, o umbundu, o nganguela e o ukwanyama), e das disciplinas correlatas.
Com o seu estatuto editado no Diário da República n.º57 III Série de 28 de Março de 2016, a associação privada sem fins lucrativos, de caráter cultural e científico, teve como outorgantes constituintes os escritores angolanos Henrique Lopes Guerra, António Botelho de Vasconcelos e Boaventura da Silva Cardoso, informa a Angop.
A academia tem como patrono o primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto, e admite além de membros efetivos e beneméritos, colaboradores, com a categoria de correspondentes. Estes últimos podem ter nacionalidade diferente que as dos restantes membros.
De acordo com o estatuto, os membros efetivo da Academia Angolana de Letras devem cumprir dois de três requisitos: Ter obra como objeto de estudo em universidades angolanas e estrangeiras; ter ganho prêmios literários ou de investigação em Angola ou no estrangeiros e ter obras que tenham sido objeto de ensaios por especialistas em literaturas africanas de língua portuguesa.

"A constituição da Academia Angolana de Letras vem corresponder aos ímpetos de uma sociedade angolana cada vez mais engajada com a sua identidade, história, cultura e pensamento, bem como reforçar o pensamento angolano no espaço nacional – quer pelo ensino, quer pela investigação – e espaço internacional – quer pela promoção, quer pela divulgação", segundo os seus organizadores.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Cinema brasileiro domina competição da 7ª edição do FESTin

Cena do filme "cartas de amor são ridículas", rodado

 na cidade de Goiás em 2012 e finalizado em 2014.
Competição de longas-metragens do Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa terá 11 filmes. Serão oito obras do Brasil, uma coprodução do Brasil com Portugal, outra do Brasil com o Reino Unido e ainda um filme de Cabo Verde.

Por Jorge Horta, publicado anteriormente em África 21 Digital

O cinema brasileiro será o grande protagonista da sétima edição do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, que decorrerá de 4 a 11 de maio no Cinema São Jorge, em Lisboa.
A competição de longas-metragens contará com 11 filmes, dos quais oito realizados exclusivamente no Brasil, um é uma coprodução luso-brasileira, outro é uma coprodução entre o Brasil e o Reino Unido e outro é uma obra de Cabo Verde.
Os filmes brasileiros na competição do FESTin são:
"A história da eternidade" (de Camilo Cavalcante),
"Amores urbanos" (Vera Egito),
"Ausência" (Chico Teixeira),
"Cartas de amor são ridículas" (Alvarina Souza e Silva),
"Maresia" (Marcos Guttman),
"Fome" (Cristiano Burlan),
"Por trás do céu" (Caio Soh) e
"Mundo cão" (Marcos Jorge).

O Brasil também estará em competição por via das coproduções com Portugal, em "Histórias de Alice" (de Oswaldo Caldeira), e com o Reino Unido, em "A família Dionti" (de Alan Minas).
A competição conta ainda com o filme cabo-verdiano "Zenaida", de Alexis Tsafas e Yannis Fotou.

Paralelamente, o festival terá uma competição de curtas-metragens, com 20 trabalhos provenientes de Brasil, Portugal, Angola e Cabo Verde.
Além da exibição de obras de oito países (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Timor-Leste) haverá uma sessão de leituras com contos tradicionais que incluem a Guiné Equatorial. Ao todo, serão exibidos 74 filmes, entre longas, curtas e documentários.
O FESTin é organizado pela ASCULP- Associação Cultura e Cidadania da Língua Portuguesa, em coprodução com o Cinema São Jorge e parceria estratégica com a EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, e conta com o apoio financeiro da CML - Câmara Municipal de Lisboa.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Municipalidades selecionam Jornalistas e RPs

Nesse período de vagas magras em concursos federais, quem tem pautado a agenda dos concurseiros são, principalmente, as prefeituras e câmaras de vereadores.  Neste final de abril e início de maio, cinco municipalidades abriram concursos para selecionar jornalistas, relações públicas e fotógrafos. São oito vagas para Jornalistas e uma para Relações Públicas, além de cadastro reserva.
Confira abaixo o resumo dos concursos abertos.

·         Prefeitura Municipal de Paraty, RJ
Vagas: Jornalista (1)
Remuneração: R$ 2,600
Inscrições abertas até 30 de abril, no site
http://www.neteduc.com.br/seletivos01py16x.asp

·         Prefeitura de Maceió, AL
Vaga: Jornalista (1)
Remuneração: R$ 1.900,00
Inscrição: Até o dia 11 de maio de 2016, pelo site 
www.copeve.ufal.br.

·         Prefeitura de Cubatão , SP
Vagas: Jornalismo, Relações Públicas (formação de cadastro reserva)
Remuneração: R$ 1.908,50
Inscrição: Até 12/05/2016. Mais informações, clique aqui.

·         Câmara Municipal de Araraquara, SP
Vagas: Assistente de Comunicação (4), Assistente de Cerimonial (1)
Remuneração: R$ 3.657,76
Inscrições: No site 
www.ibfc.org.br, até 15 de maio de 2016.


·         Câmara de Sidrolândia, MS
Vagas: Fotógrafo (2), Jornalista (2), Técnico em Redação (1)
Remuneração: R$ 1.755,76/ 2.291,45
Inscrições: 01 de abril a 10 de maio de 2016 no http://www.fapems.org.br/

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Imprensa do Brasil incita a queda do governo, diz Repórter sem Fronteiras

A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) constata a permanência de conflitos de interesse na mídia brasileira e segue preocupada com os atos de violência perpetrados contra os jornalistas no país


O Brasil se encontra agora na 104a posição no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa estabelecido pela Repórteres sem Fronteiras, publicado no dia 20 de abril de 2016. Essa posição, entre os 180 países que aparecem no ranking, não está à altura de um país que deveria ser uma referência regional. É o quinto ano consecutivo de queda do Brasil na classificação da RSF. Em 2010, o país se encontrava na 58a posição.

Quais são os motivos por detrás desse tombo? O aumento de casos de violência contra os jornalistas e a ausência de vontade política para desenvolver mecanismos de proteção mais eficientes para os comunicadores estão entre as principais razões. Não se trata de uma queda relativa à situação dos outros países presentes no ranking, mas sim uma piora em absoluto. 

Seu índice de desempenho passou de 25,78 em 2014 a 31,93 em 2015, o que corresponde à uma importante degradação. Ainda assim, o gigante da América Latina continua na frente de países como o Equador (109a), a Guatemala (121a) e ainda bem acima da Colômbia (134a), da Venezuela (139a), do México (149a) e de Cuba (174a).

Liberdade de Imprensa

No Brasil, os principais obstáculos à liberdade de imprensa, assim como o clima de desconfiança em relação aos jornalistas, se aprofundaram ainda mais com a recessão econômica e a instabilidade política que atravessa o país.

O cenário midiático continua caracterizado pela grande concentração da propriedade dos meios de comunicação, nas mãos de algumas poucas grandes famílias e industriais, que em muitos casos têm relações estreitas com políticos ou ainda que detém eles mesmos, direta ou indiretamente, cargos eletivos, como governadores e parlamentares.

Assim, o fenômeno do “coronelismo eletrônico”, descrito pela RSF no seu relatório “O país dos 30 Berslusconis” (2013), segue como uma realidade premente no cenário brasileiro.

Como consequência, existe uma forte dependência dos meios de comunicação em geral em relação aos centros de poder.

A cobertura midiática da crise política, em particular a partir do início do ano, evidencia essa situação. Os principais meios de comunicação nacionais agem de forma a incitar suas audiências a precipitarem a saída da Presidenta Dilma Rousseff do poder. 

É difícil para os jornalistas de grandes conglomerados de comunicação trabalharem de forma serena, sem sofrer influências de interesses privados e partidários. Esses conflitos de interesse permanentes são evidentemente prejudiciais à qualidade da informação difundida.

A ausência de mecanismos nacionais de proteção aos jornalistas ameaçados e o clima de impunidade, alimentado por uma corrupção onipresente, também ajuda a explicar a queda do país no ranking da RSF. 

O Brasil é o terceiro país mais mortífero das Américas para os jornalistas, atrás apenas do México e de Honduras. Em 2015, sete jornalistas foram assassinados no país. Todos eles investigavam temas sensíveis, como a corrupção local ou o crime organizado. 

O grau de violência em algumas regiões, em particular as mais distantes dos grandes centros urbanos, torna a cobertura desses assuntos ainda mais perigosa. A impunidade que prevalece na maioria desses casos favoriza a multiplicação desses crimes.

Finalmente, as ações violentas perpetradas por agentes da polícia militar contra jornalistas durante manifestações também persistem. Os jornalistas locais, assim como os correspondentes internacionais que cobrem essas manifestações são frequentemente insultados, ameaçados e detidos arbitrariamente, quando não se tornam alvos dos próprios manifestantes que os associam aos proprietários dos meios de comunicação para os quais trabalham.

Publicado desde 2002 pela Repórteres sem Fronteiras, o Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa mede o grau de liberdade dos jornalistas em 180 países a partir de uma série de indicadores (pluralismo, independência dos meios de comunicação, ambiente e autocensura, quadro legislativo, transparência, infraestrutura e violência).


Entenda a metodologia e encontre o Ranking da Liberdade de Imprensa de 2016 no site RSF.org.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Justiça de Brasília decreta falência da Revista Foco

A Vara de Falências, Recuperações Judiciais, Insolvência Civil e Litígios Empresariais do Distrito Federal decretou, dia 13/4, a falência da empresa Magazine Foco Editora Eireli Epp, responsável pela edição da Revista Foco, uma revista que poderia ser classificada editorialmente como people press da Capital Federal. 
A Revista Foco era editada
pela jornalista Consuelo Badra
Era muito comum encontrá-la em salas de esperas de clínicas, consultórios, bem como salões de beleza.
A revista, com edição cara, impressa em papel couché e em policromia, focava o hight society de Brasília e tinha como editora a jornalista Consuelo Badra.

Consuelo foi uma das primeiras jornalistas mulheres a ser âncora na Rede Globo, ainda na década de 70, e, posteriormente, se notabilizou no colunismo social.
A revista, cuja periodicidade era mensal, chegou a tirar 230 edições. A última data de novembro de 2015 e versava sobre as festas natalinas que estavam por vir. Ela foi às bancas com 130 páginas.

Jornalistas como Florian Madruga, Carlos Chagas, Marcio Cotrim, Rangel Cavalcanti, Renato Riela e Gilberto Amaral, dentre outros, eram alguns dos colaboradores habituais da publicação.
Em 2015, a empresa responsável pela revista entrou com pedido de recuperação judicial, afirmando estar em crise econômico-financeira. 
Na ocasião, segundo os autos do processo, a dívida acumulada totalizava R$ 29 milhões. A recuperação judicial equivale à antiga concordata. O pleito foi deferido pela justiça que nomeou um interventor.
Agora, com a determinação da falência, devem ser suspensas todas as ações ou execuções contra a empresa. Os credores devem se habilitar junto à Massa Falida.
A justiça determinou a apreensão de todos os bens e valores eventualmente existentes. Essa decisão, ainda cabe recurso.

Telecomunicações: Cabo submarino Angola-Brasil começa a ser construído

A Angola Cables e a Nec anunciaram na terça, 12/4, o início da construção do Sistema de Cabos do Atlântico Sul (SACS). Trata-se de uma infraestrutura de cabo submarino que ligará Fortaleza à capital angolana, Luanda, uma distância de 6,2 mil km. 
A Telebrás prevê que esta conexão reduzirá em 80% o custo de saída de Internet do Brasil e de outros países da América do Sul para a Ásia e a África. 

A fornecedora japonesa ressalta que o cabo será conectado a um centro de controle com tecnologia de redes definidas por software (SDN) e terá capacidade inicial de 40 Tbps (100 Gbps x 100 comprimentos de ondas x 4 pares de fibra). 

Leia também:


O custo total do projeto é de US$ 160 milhões, que será financiado pelo Banco de Cooperação Internacional do Japão (JBIC) e pela Sumitomo Mitsui Bank Corporation, com apoio da Nippon Export and Investiment Insurance, por meio do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA). A previsão de conclusão ainda é para 2018. 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Festival de cinema on-line disponibiliza filmes russos de graça

Por Oleg Krasnov, da Gazeta Russa, publicado anteriormente no Pátria Latina


Títulos com legenda em inglês ficarão em cartaz por duas semanas a partir do dia 11 de abril. Veja programação da 7ª edição do festival on-line de cinema “Double Dv@”.
O site do jornal russo Rossiyskaya Gazeta vai sediar, entre os dias 11 e 22 de abril, a 7ª edição do festival on-line de cinema “Double Dv@”. O objetivo é apresentar ao público filmes russos que por razões diversas ficaram de fora do grande circuito.

Todos os títulos da programação serão exibidos gratuitamente na internet e ficarão disponíveis no portal durante 48 horas. A maioria deles possui legendas em inglês.
Cinco filmes cult que traduzem a alma russa.

Entre os destaques do concurso estão “Chagall-Malevitch”, filme histórico produzido por Aleksandr Mitta que aborda o período no qual os dois artistas da vanguarda russa viveram em Vitebsk (atualmente pertence à Bielorrússia); a tragicomédia “Odnajdi” (“Certa vez”), do diretor Renat Davletiarov; e o filme “14+”, de Andrêi Zaitsev, um drama sobre adolescentes exibido no programa da seção Generation 14plus do Festival de Cinema de Berlim de 2015.

Na parte da programação voltada a produções que não concorrem a prêmios haverá a exibição de filmes do diretor Eldar Riazanov, falecido em novembro de 2015, como “Ironia do Destino” e “Romance Cruel”, entre outros campeões de bilheteria.
Este ano, o prêmio “pela notável contribuição à cinematografia” será entregue ao cineasta Serguêi Soloviov que, em 1987, dirigiu o longa-metragem “ASSA“, um dos filmes mais emblemáticos do período pós-soviético.

Clique aqui para acessar o site do festival.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

[Veja o vídeo] Cidadania debate passado, presente e futuro da imprensa brasileira

Os jornalistas Chico Sant'Anna e Belisa Ribeiro
debatem o passado, presente e futuro
da imprensa no Brasil
7 de abril é o Dia do Jornalista.
Pra comemorar a data, trago aqui a íntegra do programa Cidadania da TV Senado que recebeu a jornalista Belisa Ribeiro. Ela acaba de lançar seu novo livro, Jornal do Brasil, História e Memória, sobre o veículo que completa 125 anos.

Leia também:

  • Livro narra o fim do Jornal do Brasil e analisa o futuro da mídia impressa


O programa navega sobre o passado da imprensa brasileira e os novos rumos da mídia impressa, em tempos de redes sociais.
A entrevista trata ainda da postura editorial da mídia nos dias atuais face à conjuntura política nacional.
Para Belisa, ainda vai demorar para o jornal impresso morrer, desaparecer. Na opinião dela, o jornal é sinônimo de credibilidade.

Confira abaixo o Cidadania , O Futuro da Mídia Impressa. 


segunda-feira, 4 de abril de 2016

Livro analisa o vedetismo no jornalismo

Fama e Jornalismo partilham o mesmo espaço na sociedade atual, cercada de mídia


Tradicionalmente, o jornalista é alguém que se apaga ante a objetividade da informação apresentada. A chamada objetividade jornalística, que pede o distanciamento do jornalista em relação ao fato noticioso, vem sofrendo transformações.
Nos últimos anos, num cenário de midiatização, temos observado que alguns jornalistas que transmitem a notícia são também noticiados. Essa dinâmica se evidencia com o aparecimento dos profissionais de jornalismo diante das câmeras de TV e ganha ainda mais força com os movimentos que são provocados pelas redes sociais.
São essas transformações observáveis nas bases do jornalismo e da sociedade que intrigam a jornalista e pesquisadora Ana Lúcia Medeiros, que decidiu observar esse fenômeno no trabalho de doutorado que realizou na Universidade de Brasília.
A tese dá origem ao livro “Noticiador-Noticiado: perfis de jornalistas numa sociedade em midiatização”, que será lançado no restaurante Carpe Diem da 104 Sul, em Brasília, no próximo dia 10 de abril.
A obra aborda os processos de mudança nas lógicas jornalísticas e nas relações que se estabelecem entre jornalistas famosos e seus circuitos de interação, os internautas e telespectadores, que consomem e, ao mesmo tempo, retroalimentam a mídia com informações.
Para realizar o trabalho, Ana Lúcia Medeiros entrevistou profissionais que atuam em emissoras de TV de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Salvador. A autora observa que, ao aparecer, o jornalista evidencia as competências pessoais. O que se manifesta como curioso é que não há um perfil específico do jornalista que adquire o status de celebridade nem um padrão determinado que estabeleça critérios para que um jornalista se torne conhecido.
A pesquisadora observou que cada entrevistado tem em suas singularidades a marca que o faz um profissional famoso. Também verificou que cada um deles reage de uma maneira particular aos processos da fama; assim como averiguou que não há um modo de reação uníssono da sociedade a essa situação da visibilidade adquirida pelo jornalista.
Entrevistas com Tadeu Schmidt, Caco Barcellos, Rachel Sheherazade, Ticiana Villas Boas e Rosana Jatobá dão corpo à obra. Alexandre Garcia, Juca Kfouri, Francisco José, Beatriz Castro e Malu Fontes fazem parte de um trabalho preliminar que permitiu o avanço das observações sobre as particularidades dessa profissão que sofre transformações à medida que a sociedade passa a interagir como coautora nos processos midiáticos, em constante movimento que se manifesta longe de terminar.
  • Lançamento: Restaurante Carpe Diem – 104 Sul – Brasília
  • Data: Domingo, 10 de abril de 2016, a partir das 18h30
  • Preço: R$ 39,00

Sobre a autora:

Ana Lúcia Medeiros é jornalista, formada pela Universidade Federal da Paraíba; doutora e mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília. Fez doutorado-sandwich na Université de Rennes-1 (França). Estudos pós-doutorais na Universidade Federal da Bahia. É autora do livro “Sotaques na TV” e de  artigos em livros e publicações acadêmicas na área da Comunicação. Foi ombudsman e repórter (Secom/UnB). Durante o período em que foi professora na Universidade Católica de Brasília (1999-2006) e professora substituta na Universidade de Brasília (2006-2008), idealizou e coordenou as agências de comunicação OPN (UCB) e Facto (UnB). Foi repórter colaboradora do Jornal da USP e trainee em televisão.

Universidade de Guadalajara oferece workshop online sobre fotojornalismo

Foto de James Nachtwey
Jornalistas, repórteres-fotográficos, comunicadores e estudantes de jornalismo no último semestre da faculdade podem participar do workshop online de fotojornalismo.
Organizado pelo Centro de Formação em Jornalismo Digital (CFPD) da Universidade de Guadalajara, no México, ele é voltado para aqueles que desejam documentar com precisão um fato ou evento atual de interesse público, com base na teoria e prática da fotografia e da investigação.
O curso será realizado entre 13 de junho e 24 de julho, e seu programa compreende:
  • Unidade 1: Entendendo o rol do fotojornalista
  • Unidade 2: Generos do fotojornalismo
  • Unidade 3: Redação e Edição em fotojornalismo
  • Unidad3 4: Reportagem e projeto em linha
Os participantes devem ter conhecimento básico em fotografia, uma câmera digital reflex (DSLR),  acesso aos programas Photoshop ou Lightroom. Ao final do curso, devem desenvolver um ensaio fotográfico para fins jornalísticos.
As inscrições vão até 29 de maio. O custo é US$ 100,00.
Para mais informações (em espanhol), clique aqui.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

[Opinião] Jornalismo Ambiental: entre a lama de Mariana e a lama da Política Nacional

Por Carolina Salles, Fernanda Favorito e Júlio Mahfus, publicado anteriormente em JusBrasil.

É óbvio que as questões ambientais, em especial a sua preservação, não interessam ao capitalismo brasileiro.

O Brasil sofreu no último ano dois grandes desastres: um político e um ambiental. 
Ambos geraram uma lama tóxica que talvez só o tempo seja capaz apagar. Falamos sobre a crise do governo Dilma e o desastre em Mariana, com o rompimento da barragem da empresa San Marco.
Mas vejam como um apagou o outro dos noticiários, deixando um prejuízo ambiental fantástico e pessoas impunes aos delitos praticados.
O rompimento da barragem de rejeitos é o maior da história mundial. Destruiu inteiramente o distrito de Bento Rodrigues. No entanto, o que assusta é o ineditismo numérico: seriam necessários quase seis bilhões de dólares para recuperar a área.
Mas por que este assunto não interessa a população?
O que efetivamente está por trás de tudo isso?
É óbvio que as questões ambientais e em especial a sua preservação, não interessam ao capitalismo brasileiro. Ao contrário. Existe uma sistemática tentativa de minimizar todas as regras protetivas, alegando-se sempre, que o desenvolvimento econômico não acontece em muitas regiões, em decorrência destas regras.
Este discurso acaba sendo internalizado pela população. Os temas ambientais estão longe da política e dos noticiários. E a própria pulação não consegue visualizar que os recursos naturais são finitos. A questão da água é um grande exemplo disso. Continuamos a desperdiçar, como se nossos mananciais e nossas reservas fossem capazes de durar séculos, quando na verdade, durará apenas algumas década.
A tragédia de Mariana tende a cair no esquecimento, enquanto o cenário político brasileiro estiver turbulento e especialmente, impregnado com políticos que vêem no viés economicista a única saída para as crises que o próprio capitalismo impõe. Cabe, portanto a nós, ficarmos relembrando. Não apenas para recuperar, mas para que novos desastres não aconteçam.
O tema do meio ambiente, precisa ser melhor compreendido no jornalismo. Não pode e nem deve ficar adstrito à cobertura dos desastres e, muito menos, simplificá-lo em simples tabelas matemáticas. 
É fundamental que seja investigativo e esclarecedor, a fim de oportunizar que a população compreenda a necessidade premente de se apropriar desta questão.
Mais do que isso, a educação ambiental precisa estar presente no cotidiano do brasileiro. É necessário que essa preocupação venha do berço, mas também nas escolas e que a mídia reforce a necessidade deste diálogo.
Não podemos nos lembrar do meio ambiente apenas em um dia especial, como por exemplo, o dia do meio ambiente ou achar que fazemos nossa parte apagando as luzes de casa por uma hora, na chamada Hora do Planeta e nos outros dias, deixar as luzes de casa acessas sem necessidade, utilizar a água sem se preocupar que ela é um recurso finito.
O debate deve ser mais profundo do que apenas o anúncio em um único dia e deve acontecer diariamente.
Nem mesmo no dia da água, que foi celebrado, no último 22 de março, a tragédia de Mariana foi lembrada. O Rio Doce foi devastado e esquecido no meio da lama da Samarco e da Vale, cujo nome não é mencionado em mais nenhuma notícia. 
Aliás, nem a Samarco é mais mencionada, ninguém cobra a dívida que esta tem com a população, com todas as espécies mortas e com a biodiversidade vitimada.
À mídia interessa apenas o que traz retorno imediato e não apenas de audiência, mas para seus interesses escusos e questionáveis. Vemos incontáveis reportagens sobre política, muitas apoiando as ilegalidades cometidas durantes as investigações da Operação Lava Jato, tudo em nome de um jornalismo que de imparcial não tem nada ou quase nada.
Queremos sim, que todos paguem a sua conta e somente as que, de fato, lhes cabem. Não queremos que um único partido seja culpado enquanto os demais não são sequer investigados. É a seletividade da mídia que incomoda e a sua falta de memória também.
A tragédia de Mariana não figura mais em nenhum noticiário, mesmo sendo a maior de todas, nunca o meio ambiente brasileiro foi atacado desse jeito, mas a indignação acabou, a Samarco, aos poucos, se livra da conta e de suas responsabilidades, de reparar os danos ambientais causados e ninguém parece se importar realmente.

*Carolina Salles, graduada em Direito, Mestre em Direito Ambiental e Ativista Animal
Fernanda Favorito, graduanda em Direito, Mestre em Hospitalidade e Pós - graduada em Gestão Empresarial
Júlio Mahfus, graduado em Direito, Professor Universitário e ex- Procurador Geral de Cachoeira do Sul


Livro narra o fim do Jornal do Brasil e analisa o futuro da mídia impressa

Em Brasilia, o livro, será lançado por Belisa Ribeiro  no dia 06/04, no Restaurante Carpe Diem.


O ano de 2015 foi especialmente doloroso para os jornalistas brasileiros: houve registros de mais de 1400 demissões no país, em veículos impressos, online, de TV e rádio.  Neste cenário de mudanças nos meios de produção, de fechamento de veículos, de predomínio do digital, uma coisa parece certa: o jornalismo, como função social e profissão, não pode e não deve acabar. É essa a impressão que “Jornal do Brasil – Memória e história”, de Belisa Ribeiro, deixa ao leitor.
               
O livro registra depoimentos de alguns dos mais importantes jornalistas brasileiros que, em épocas diferentes, marcaram a trajetória do jornal e contribuíram para torná-lo um dos maiores de seu tempo. O JB, que em março completa 125 anos e foi criado para defender a monarquia, passou pela fase popular de jornal de classificados e pelas reformas editoriais que modernizaram a imprensa, foi trincheira muitas vezes para o combate à censura, para a denúncia de corrupção e maus feitos com o dinheiro público, má administração e outras mazelas da República. Foi também veículo de vanguarda, ditando moda, descobrindo tendências e revelando culturas.

Em suas 400 páginas, a jornalista Belisa Ribeiro conta histórias de edições corajosas, como a que noticiou a morte do presidente chileno Salvador Allende na primeira página inteira do jornal (sem manchete, como mandara a censura); de grandes reportagens, como a que revelou a reunião, no interior do Rio, de um grupo nazista, ou a que desvendou a farsa militar da bomba no Riocentro; e um pouco da trajetória de alguns de seus jornalistas.

A ideia para escrever o livro surgiu de um dos encontros dos jotabeninos, como se chamam os profissionais que lá trabalharam. Durante um ano e meio, Belisa manteve no ar um site para recolher depoimentos:
“Ouvindo os colegas relembrarem seus “feitos”, os casos do passado, as reportagens históricas, decidi escrever não somente sobre a história do Jornal do Brasil, mas sobre as memórias de quem tornou o veículo inesquecível. E contar também quem são ou quem foram essas pessoas.”

O livro, que teve patrocínio da Petrobras, chega às livrarias, pela editora Record, será lançado por Belisa Ribeiro em Brasilia, no dia 06/04, no Restaurante Carpe Diem.


A Orelha do livro é assinada por Alberto Dines

Um jornal não muda o mundo, diz Belisa Ribeiro no seu prólogo. Está certa. Mas ao longo deste verdadeiro filme Belisa sutilmente comprova o contrário: aqueles doidos e doidas envolvidos na preparação do jornal do dia seguinte são possuídos pela mesma obsessão – fazer daquela edição algo único, especial, capaz de transformar o leitor, movimentar sua vida, alterar o seu olhar, enfiá-lo na história.
A “última profissão romântica” foi assim definida por conta da penosa dualidade que sujeita as emoções do relato à frieza da razão. No caso do jornalismo, a contradição se manifesta entre a imutável, implacável rotina diária e a sensação de transcendência que vai se filtrando, infiltrando à medida que as circunstâncias captadas tornam-se palavras, relatos, imagens, percepções.
As edições marcantes deste livro poderiam ser outras – jornadas grandiosas ou deprimentes.
Os protagonistas poderiam ser diferentes, também as plataformas e páginas onde ficariam hospedadas. De qualquer forma, persistiria a cruel ilógica deste romantismo que tenta fazer do cotidiano algo trepidante, nobre, memorável, ajustando-o ao dever de torná-lo apenas justo e verdadeiro.
Alberto Dines



Lista de depoimentos colhidos pela autora

Affonso Romano de Sant’Anna, jornalista e escritor, Rio de Janeiro
Aguinaldo Ramos, fotógrafo, Rio de Janeiro
Alberto Dines, jornalista, Rio de Janeiro
Alberto Jacob, fotógrafo, Rio de Janeiro
Armando Strozenberg, jornalista, Rio de Janeiro
Carlos Lemos, jornalista, Rio de Janeiro
Chico Caruso, chargista, Rio de Janeiro
Cristina Lemos, jornalista, Marselha, França
Edilson Martins, jornalista, Rio de Janeiro
Elio Gaspari, jornalista, São Paulo
Emília Silveira, jornalista, Rio de Janeiro
Esdras Pereira, fotógrafo, Campos, Rio de Janeiro
Evandro Teixeira, fotógrafo, Rio de Janeiro
Fernanda Pedrosa, jornalista, Rio de Janeiro
Iesa Rodrigues, jornalista, Rio de Janeiro
Ique, chargista, Rio de Janeiro
Jamari França, jornalista e crítico musical, Rio de Janeiro
Janio de Freitas, jornalista, Rio de Janeiro
Jorge Antônio Barros, jornalista, Rio de Janeiro
José Carlos Avellar, diagramador e crítico de cinema, Rio de Janeiro
José Carlos de Assis, jornalista e professor de economia, Rio de Janeiro
José Silveira, jornalista, Rio de Janeiro
Luiz Morier, fotógrafo, Rio de Janeiro
Luiz Orlando Carneiro, jornalista, Brasília
Malu Fernandes, jornalista, Rio de Janeiro
Marina Colasanti, jornalista e escritora, Rio de Janeiro
Norma Couri, jornalista, São Paulo
Paulo Henrique Amorim, jornalista, São Paulo
Ricardo Boechat, jornalista, São Paulo
Roberto Quintaes, jornalista, Rio de Janeiro
Tânia Malheiros, jornalista, Rio de Janeiro
Tarcísio Baltar, jornalista, Rio de Janeiro
Virgínia Cavalcanti, jornalista, Rio de Janeiro
Walter Fontoura, jornalista, São Paulo
Wilson Figueiredo, jornalista, Rio de Janeiro



“No cursinho do JB, com o Mauro Santayana, ele falou: “Vocês estão pensando que vão fazer jornalismo e vão dar a metade da vida de vocês? Não, vocês vão dar muito mais da metade das suas vidas, se não derem a vida inteira.” Nunca esqueci disso e ele tinha razão. Porque jornalismo é uma coisa que toma conta de você. Sempre que algum pai, alguma mãe me pede: “Tira essa coisa da cabeça da menina, a gente está falando para ela fazer administração de empresas, em que ela vai ter trabalho, vai ganhar dinheiro”, eu respondo para a filha: “Vai ser jornalista, por favor, vai, é a melhor coisa que você pode fazer.” Eles procuram a pessoa errada, porque eu acho que jornalismo é uma profissão maravilhosa.” 
(Norma Couri)

“O Jornal do Brasil me deu uma ideia de como o jornalismo é muito mais do que fazer jornal. O jornalismo é uma maneira de você viver e você conceber o todo. É uma maneira tolerante, é uma maneira ampla, é uma maneira democrática de ver o mundo.” (Wilson Figueiredo)

“O jornal me fez jornalista. Eu me fiz escritora no jornal, aprendi a escrever no jornal, para o jornal. Mudou a minha vida. Além de me dar um marido. Era muito emocionante, porque nós nos sentíamos farejando o tempo inteiro, como uma raposa, como um animal farejando. A colheita era muito viva, muito intensa. Não era um trabalho de funcionário público, não era uma marcação de ponto, era uma entrega vital. Foi muito bom.” 
(Marina Colasanti)

“Era muita gente de alto quilate. Houve um momento em que essas pessoas, esses corações e mentes se juntaram e fizeram do Jornal do Brasil o jornal de referência nacional e internacional. Nós passamos a ser o The New York Times do Brasil. O jornal se consolidou com pessoas criativas que se uniram. E foi isso que fez um grande jornal. As pessoas. Corpo e alma. É muito difícil explicar. Muito mal comparando... Como é que surgiu o universo? É muito fácil dizer que foi o Big Bang. Mas quem é que apertou aquele negócio para dar o Big Bang?”
(Luiz Orlando Carneiro)

“O Jornal do Brasil era um dos jornais mais importantes do mundo. Era o símbolo do jornalismo moderno no Brasil. E nós tínhamos 45 fotógrafos, era um negócio de louco. Eu acho que viajei o mundo inteiro fazendo Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, moda em Paris. Mas tinha porrada, também. Ditadura, passeata. Emoção. Esse romantismo, esse jornalismo sério, o jornalismo investigativo, nada disso existe mais. O que é uma pena, mas o mundo não acabou. Estamos vivendo outras épocas e vamos tocar o barco para a frente. A fotografia para mim sempre valeu a pena e vale a pena. O jornal acabou para mim, morreu. Mas eu estou vivo, estou fotografando.” 
(Evandro Teixeira)


Sobre Belisa Ribeiro

Belisa Ribeiro começou sua carreira como estagiária no Jornal do Brasil, na década de 70 e voltou ao jornal 30 anos mais tarde como editora de Cidade. Testemunhou o fechamento da sede da Av. Brasil e mudou-se para Brasília, onde chefiou a sucursal e foi titular da coluna Informe JB, no início dos anos 2000.
Na imprensa escrita, trabalhou em O Globo, Gazeta Mercantil e revista Época, sempre como repórter. Na TV, foi a primeira mulher a ser comentarista econômica, na TV Globo, onde se tornou também pioneira na apresentação de telejornais, integrando a primeira bancada de âncoras jornalistas, no Jornal da Globo, em 1981.
Escreveu o livro Bomba no Riocentro, esgotado em suas duas edições, a primeira no ano do atentado, 1981 e a segunda, na ocasião da primeira reabertura do inquérito, em 1999.

Filha de mãe professora de português e pai desportista e sambista, adora escrever, caminhar cercada pela natureza e ouvir música. É mãe coruja de dois cantores e compositores, Gabriel o Pensador e Tiago Mocotó, que lhe deram quatro netos. Os únicos com quem admite dividir o computador.