Caros leitores e leitoras.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Veja as exigências de alguns países para o exercício do Jornalismo

Por Rodrigo Bittar da Agência Câmara

Diversos países não cobram diploma de jornalista para o exercício da profissão. Entre eles estão Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Chile, China, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Peru, Polônia, Reino Unido, Suécia e Suíça.

Michel Mathien, professor de ciências da informação e da comunicação da Universidade de

Strasbourg III, na França, lista em seu livro “Les Journalistes”, de 1995, que em quase toda a Europa, apesar de não haver requisito de formação, existe regulamentação de acesso à profissão.

Nesses países prevalece a concepção de que a liberdade de expressão é incompatível com i

mpedimentos para que qualquer cidadão possa não só ingressar na profissão, mas até mesmo ter seu próprio veículo de comunicação.

O jornalista Mauricio Tuffani, editor do blog Laudas Críticas, defende que os cursos superiores de jornalismo do Brasil sejam o “que eles são na maior parte do mundo”: um diferencial, não uma obrigação, na formação de profissionais.

O diretor de negociação salarial da Federação Nacional de Jornalistas, José Carlos Torves, lembra que em alguns países, como nos Estados Unidos, há uma “contradição” nas exigências feitas: ao mesmo tempo em que não se cobra o diploma do profissional, ele só pode exercer a profissão de jornalista se for sindicalizado.

Na América Latina, acrescentou, a maioria não cobra “absolutamente nada, nenhum diploma”, mas é a região onde há mais violência contra jornalistas, incluindo assassinatos. “Pelo fato de não te

rem conhecimento da profissão, do código de ética, às vezes os jornalistas desses países avançam o sinal. Há uma relação muito forte entre falta de informação e violência”, disse Torves.


Entre os países que cobram o diploma, estão África do Sul, Arábia Saudita, Congo, Costa do Marfim, Croácia, Equador, Honduras, Indonésia, Síria, Tunísia, Turquia e Ucrânia.


Conheça as exigências feitas para o exercício do Jornalismo em alguns países:


Alemanha: não há obrigatoriedade de formação superior; a profissão é regulamenta

da por meio do reconhecimento conjunto, por parte das empresas jornalísticas e das organizações profissionais, de um período de aprendizado prático de 18 a 24 meses.


Bélgica: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é

condicionado ao reconhecimento, por parte da organização profissional, de ausência de impedimentos; existem vantagens salariais para os diplomados.


Dinamarca: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado à licença emitida pelo sindicato nacional dos jornalistas.


Espanha: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é

condicionado a ter nacionalidade espanhola, inscrição no registro de jornalistas e à posse

de diploma em ciências da informação ou de experiência profissional de dois a cinco anos.


França: não há obrigatoriedade de formação superior, mas existe a figura do registro profissional. As escolas de Jornalismo são acreditadas por uma comissão tripartite formada por representantes das empresas, dos sindicatos de jornalistas e do Estado. Em 2010, somente oito faculdades tinham a chancela desta Comissão. Compete a esta mesma comissão emitir o registro profissional, denominado Carte de Presse. (adendo de minha autoria).


Grã-Bretanha: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condiciona do a um estágio em empresa jornalística ou, para os que não o conseguirem, a um curso preparatório do Conselho Nacional de Treinamento de

Jornalistas.


Grécia: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é obtido por meio de diploma em jornalismo ou experiência de três anos na área.


Irlanda: não há obrigatoriedade de formação superior; não há nenhuma norma formal ou tradicional de acesso.


Itália: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado ao registro na Ordem dos Jornalistas (órgão semelhante à OAB no Brasil e ao Conselho Federal de Jornalismo que chegou a ser proposto ao Congresso Nacional), que é concedido somente após um estágio de 18 meses e aprovação em um exame de proficiência.


Luxemburgo: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado a licença do conselho de imprensa, que exige o compromisso com princípios deontológicos.


Países-Baixos: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado a licença do conselho de imprensa.

Nenhum comentário: